Este post tem como objectivo
essencial expôr, em poucas palavras, o significado
da palavra amigo no campo político. Além disso, pretendo chamar a atenção dos governantes, políticos e seus amigos para as suas responsabilidades na crise política em que a Guiné-Bissau se encontra mergulhada.
Plutarco (46
d.C – 120 d.C.) afirma, por um lado, que «as cidades não precisam de homens sem
amigos nem companheiros, mas homens de
bem e prudentes. Os amigos são instrumentos
vivos e pensantes dos homens políticos, e é conveniente não deslizar com eles pela rampa da
transgressão, mas zelar para que, mesmo contra a nossa vontade, não cometam nenhum erro. Não é de facto
necessário ser amigo até ao altar, evitando participar a um falso sermão. Uma atenção aos seus amigos não enobrece
menos aquele que honra do que aquele que é honrado,
enquanto a arrogância, diz Platão, é
acompanhada pela solidão» (Plutarco,
2009: 31-35). Por outro lado, Cícero
(107 a.C. – 43 a.C.) disse que «na política, deve manter-se os amigos perto e os inimigos ainda mais perto. Os bons chefes fracassam quando tomam os
amigos e aliados por certos. Nunca se deve negligenciar os apoiantes, mas, ainda mais importante, deve saber-se bem o que os inimigos andam a fazer. Não se deve recear a aproximação àqueles que se nos opõem» (Cícero,
2013: 14-16).
É preciso ter muita atenção
às decisões que um político toma, porque estas podem, não só pressionar os seus inimigos, como também transformar
os seus amigos em potenciais inimigos,
criando assim um ponto de convergência
entre ambas as partes que acabam por estar interessadas no seu desaparecimento.
Na verdade, são os críticos dos políticos que devem ser
encarados como os seus verdadeiros
amigos e não como inimigos. Tal como a dor funciona no corpo humano, é assim que a crítica nos alerta que algo de errado se passa connosco. Tudo isso porque é na base destas críticas que um político sensato pode esforçar-se para
melhorar o que está mal. Porque é precisamente quando sabemos que os outros
não querem o nosso bem, que devemos esforçar-nos
ainda mais para superar os obstáculos. Infelizmente, a Guiné-Bissau e alguns guineenses
não estão a enveredar por este caminho
de diálogo, cedências e aperfeiçoamento constante.
Para mais informações, consultar o meu livro: Mendes,
Livonildo Francisco (2015). Modelo
Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp. 539-540).
Lisboa: Chiado Editora.
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