Na maioria dos posts, existem hiperligações, de cor azul escuro, nas quais basta clicar para ter acesso às notícias, outros posts etc.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Significado de amigo na política

Este post tem como objectivo essencial expôr, em poucas palavras, o significado da palavra amigo no campo político. Além disso, pretendo chamar a atenção dos governantes, políticos e seus amigos para as suas responsabilidades na crise política em que a Guiné-Bissau se encontra mergulhada.

Plutarco (46 d.C – 120 d.C.) afirma, por um lado, que «as cidades não precisam de homens sem amigos nem companheiros, mas homens de bem e prudentes. Os amigos são instrumentos vivos e pensantes dos homens políticos, e é conveniente não deslizar com eles pela rampa da transgressão, mas zelar para que, mesmo contra a nossa vontade, não cometam nenhum erro. Não é de facto necessário ser amigo até ao altar, evitando participar a um falso sermão. Uma atenção aos seus amigos não enobrece menos aquele que honra do que aquele que é honrado, enquanto a arrogância, diz Platão, é acompanhada pela solidão» (Plutarco, 2009: 31-35). Por outro lado, Cícero (107 a.C. – 43 a.C.) disse que «na política, deve manter-se os amigos perto e os inimigos ainda mais perto. Os bons chefes fracassam quando tomam os amigos e aliados por certos. Nunca se deve negligenciar os apoiantes, mas, ainda mais importante, deve saber-se bem o que os inimigos andam a fazer. Não se deve recear a aproximação àqueles que se nos opõem» (Cícero, 2013: 14-16).
É preciso ter muita atenção às decisões que um político toma, porque estas podem, não só pressionar os seus inimigos, como também transformar os seus amigos em potenciais inimigos, criando assim um ponto de convergência entre ambas as partes que acabam por estar interessadas no seu desaparecimento.
Na verdade, são os críticos dos políticos que devem ser encarados como os seus verdadeiros amigos e não como inimigos. Tal como a dor funciona no corpo humano, é assim que a crítica nos alerta que algo de errado se passa connosco. Tudo isso porque é na base destas críticas que um político sensato pode esforçar-se para melhorar o que está mal. Porque é precisamente quando sabemos que os outros não querem o nosso bem, que devemos esforçar-nos ainda mais para superar os obstáculos. Infelizmente, a Guiné-Bissau e alguns guineenses não estão a enveredar por este caminho de diálogo, cedências e aperfeiçoamento constante.

Para mais informações, consultar o meu livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp. 539-540). Lisboa: Chiado Editora.

Sem comentários:

Enviar um comentário