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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Governo de Carlos Correia é ou não sol de pouca dura? É preciso dar ouvidos aos Politicólogos…



As notícias mais recentes sobre a não aprovação do programa de governo na Guiné-Bissau levaram-me a interromper a reflexão sobre a tradição e a voltar atrás para fazer uma síntese das ideias que tenho vindo a apresentar em diversos posts deste blogue.

No multipartidarismo de partido dominante, o sistema pluripartidário faz com que um dos partidos se torne imprescindível à governação do país. Apesar destas vantagens do partido dominante PAIGC, ainda se verifica uma forte instabilidade política na Guiné-Bissau, indicando que há algo de errado ainda por esclarecer (Fernandes, 2010: 202-205).
Os conflitos internos do PAIGC têm-se desenrolado desde a sua criação até hoje, e estes conflitos estão a ganhar proporções gigantescas. Embora não exista grande oposição por parte dos “partidos políticos” e da Assembleia Nacional Popular «ANP», encontramos uma forte oposição no interior do próprio PAIGC. Ainda por cima, a existência de uma Assembleia tão grande, com 102 deputados, agudiza o clima de tensão, já que as Assembleias numerosas têm tendência para os exageros e para as reações fortes.
Como tenho vindo a dizer, o partido-Estado PAIGC e os Politiqueiros guineenses devem abraçar as propostas de mudança inovadoras  para a modernização do PAIGC e institucionalização de estruturas políticas sólidas. Estou consciente que a maior dificuldade a enfrentar será o facto de um partido-Estado típico como o PAIGC não querer abandonar o monopólio da sua legitimidade histórica como o único partido enraizado a nível nacional.
Por seu lado, José Mário Vaz «Jomav», no decorrer do seu primeiro mandato como Presidente da República «PR» da Guiné-Bissau, já está a coabitar com o terceiro governo em exercício. Já usou a "Bomba Atómica" para dois Primeiros-Ministros «PM» (Domingos Simões Pereira e Baciro Djá). E talvez possa voltar a fazer o uso de uma "Bomba Atómica". Isto é, o actual PM (Carlos Correia), que é pela quarta vez PM, é conhecido pela sua falta de sorte por não ter terminado nenhum dos seus anteriores mandatos pela forma prevista na lei constitucional.
Esperemos que Jomav não venha a coabitar com tantos ou mais governos que Cavaco Silva, o que será sinal de alguma estabilidade política na Guiné-Bissau - significará que, pela primeira vez na história da Guiné-Bissau, um governo terá chegado ao fim do seu mandato pela forma prevista na lei (já que o seu homólogo conseguiu isso por duas vezes).
Todas estas ideias apontam para a necessidade de uma profunda remodelação/modernização política, que tem de preceder todas as outras reformas, nomeadamente a modernização do sector das forças armadas.


Para mais informações, consultar o meu livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau. Lisboa: Chiado Editora.

2 comentários:

  1. COM O PAIGC ESSA GUERRA NUCA ACABARÁ, PORTANTO O POVO DEVE PÔR A MÃO NA CONSCIÊNCIA E DAR OPORTUNIDADE A OUTRA FORÇA POLITICA QUE NUNCA TOMOU A RESPONSABILIDADE DO DESTINO DO PAIS.

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  2. Muito obrigado pelo seu comentário caríssimo amigo Augusto Vicente Unhanco. O seu ponto de vista enquadra na verdadeira cultura democrática, que deve funcionar com base no princípio da alternância no exercício do Aparelho do Poder do Estado por parte dos partidos políticos. É preciso mais abertura e mais investimento em várias facetas da sociedade, em especial, na Educação, Saúde, Justiça e Apoios Sociais aos que mais precisam. Gostei do seu comentário e espero que volte a fazer mais comentários neste blogue. Boas festas

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