O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou recentemente que “por acreditar ser possível criar condições de estabilidade governativa no quadro da actual configuração e dinâmica política parlamentar, não equaciono a hipótese de dissolver a Assembleia Nacional Popular [Parlamento] guineense”, disse José Mário Vaz (Sapo Notícias, 31-12-2015).
O actual Primeiro-Ministro «PM» (Carlos
Correia), que é pela quarta vez PM, apesar de ser conhecido pela sua falta de sorte (por não ter
terminado nenhum dos seus anteriores mandatos pela forma prevista na lei
constitucional), recebeu um balão de
oxigénio da parte do Presidente da República da Guiné-Bissau (José Mário
Vaz «Jomav») ao garantir que não tenciona
dissolver o Parlamento, por
ter em conta que o país tem vivido meses de alguma instabilidade política.
Põe-se a questão de saber se a referida instabilidade
política passou? E quanto valerá a palavra de Jomav se o programa de Governo não for aprovado? E se surgir um novo obstáculo por parte do parlamento?
Volto a frisar que, caso Jomav não chegue a coabitar com tantos ou mais Governos que Cavaco Silva, o que será sinal de alguma estabilidade política na Guiné-Bissau - significará que, pela primeira vez
na história da Guiné-Bissau, um Governo terá chegado ao fim do seu mandato pela forma prevista na lei (já que o seu homólogo conseguiu isso por duas vezes).
Tomara que o seu Governo não seja “sol de pouca dura”. Há muito que o povo guineense esperava uma
coisa destas. No entanto, resta saber até que ponto estes graúdos da ala dura
do PAIGC não estão a usar o ex-Primeiro-Ministro Domingos Simões
Pereira?
Para mais informações, consultar este (e este) post, assim como o meu
livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo
Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau. Lisboa:
Chiado Editora.
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